quinta-feira, 28 de maio de 2009

Espectro do asfalto





Noite: selada, inviolável na cadência que me oculta, o nada exposto sob estrias luminosas. Luzes modernas - sinais, sons, passagens abertas artificialmente para a matéria passar. Sentidos alienados,adoentados em alguma superficialidade indecorosa. Aparatos citadinos emoldurados enquanto ilusões decompostas dia após dia. A melancolia após notícias do falecimento de sua irmã (a nostalgia). O que dizer deste abandono? Sentir,apenas. Nada dizer ou pensar. Ficar lá recebendo a descarga toda da vida destemperada, sem adular ninguém - sendo o escorrer que me ocorre da luz por sobre o paralelepípedo, deslizando,deslizando, até o gotejo cansado chegar e tudo terminar.

Um comentário:

  1. Noite selada apenas no tangível não? Pois foi na verdade uma viagem aberta que lhe propiciou a solidão e o conforto de ao menos lembrar de alguém. Adorei!

    ResponderExcluir