[Antonio Bandeira]
1) [Sem título]: Quem são nuvens? Ou estariam brincando por condenados à poeira?
2)[uma passagem]: para a guerra, num olho de monstro, olhar à beira do movimento.
3) [La ville Lontaine]: Nasgos de cores quentes e riscos firmes num cubo de gelo. Que peso tem?
4) [Outonal]: Folhas amarelas conglomeradas [em] mel, salpicam-se [em] vermelhas, como que batidas em insumo. Afinal, onde se inscreve o branco?
5) [Cidade anoitecendo]: Esse capacete medieval tem um nome de que não sei, cujo caldo umedece e resseca, aquele de que só o rosto conhece.
6) [sem título] 1965: [fogos-tinta] decalcam azul, vermelho e o verde omisso. Ou para um sol seria redundante duas ascensões?
7) [cascata correndo]: montante da casca. ferida. horizonte. Sorriem a dois ou três, com o respaldo das nuvens que se despedem, feito icebergs.
8) [Paysage]: do cume do avião, o mapa da lucidez. O restante das cores, viúvas, ao desespero.
9) [Tríptico sem título]: O testemunho florestal em três momentos circunscritos fora do tempo. O que a inicia não se sabe. Em que pedra se compõe, afinal, onde nem a emoção posso depôr?
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